domingo, 31 de outubro de 2010

Quem tomará o último gole?

Quem tomará o último gole? Perguntavam-se bêbados, ajoelhados no asfalto. O mundo não era maior que aquela rua, havia apenas três pessoas. // Ficou para ver a podridão, a mentira. O segundo morreu, só sobrou um. Debruçado sobre o túmulo, serviu-se. Acendeu um cigarro. Procurou um sentido, uma saída, encontrou a própria morte. // Sentado em seu escritório, gravata afrouxada. Sem desejos, crenças, amigos ou família. Câncer generalizado. A fotografia sobre a mesa o obriga a lembrar do passado. A dor já não é mais suportável. Coma. // Olhou para a sua vida, encontrou o sentido, não havia mais saída. Alucinação... Ele sorri sabendo que é a última. Fecha os olhos e não os abre mais.

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